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O Dragão e a Princesa

III capítulo - O castelo

Depois pegou na menina e voou com ela para longe dos dentes daqueles lobos.

A partir desse dia, o Dragão decidiu proteger a menina de tudo o que aparecesse. Dos homens maus que prendem os animais para fazerem truques no Circo, dos lobos que procuram sempre uma presa fácil para todas as refeições ou de outras coisas feias de que nem vale a pena falar.

Lá em baixo, ao fundo, onde acabava o monte, havia uma, duas, três aldeias. E, nessas aldeias, todos tinham medo de subir ao castelo, porque achavam que lá morava um fantasma. A razão por que julgavam que lá morava um fantasma era porque todas as noites ouviam lá em cima no castelo um barulho muito invulgar:

Mas o Dragão que já estava muito habituado a viajar e tinha já visto muitas coisas e ouvido muitas canções, do passarinho à corrente de ar, sabia que tinha encontrado o sítio perfeito para viver com a sua menina.

Realmente, que melhor sítio pode haver do que um bonito castelo com uma bela vista para as aldeias em baixo ao longo de um caminho de árvores e de flores? 

O Dragão não conhecia nenhum. Por isso fez dele a sua casa e chamou à menina Princesa, o que, num castelo, é muito adequado.

— Há fantasmas! — diziam as pessoas que não conheciam a música do Vento.

— Há dragões! — diziam as pessoas que não sabiam que só havia um Dragão e que tinha bom coração.

Assim passou o tempo sem que as pessoas se aproximassem do castelo com medo do Vento e do Dragão e sem que o Dragão se aproximasse das aldeias com medo das pessoas, porque, afinal, quem poderia garantir que não morava lá nenhum dos homens maus que o prenderam no Circo, ou que não passava por ali nenhum dos lobos, ou que não havia nas aldeias outras das coisas feias de que nem vale a pena falar?

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